Repertório Sociocultural : A banalização das cirurgias plásticas na sociedade contemporânea

 



Em 2018, o Brasil se tornou o país que mais realiza cirurgias plásticas no mundo, superando os Estados Unidos. Segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), naquele ano, foram registradas mais de 1 milhão 498 mil cirurgias plásticas estéticas e mais de 969 mil procedimentos estéticos não-cirúrgicos.

Hoje, o Brasil também lidera o ranking de países que mais fazem cirurgias plásticas em adolescentes. Segundo a SBCP, nos últimos 10 anos, houve um aumento de 141% nos procedimentos estéticos em jovens de 13 a 18 anos.

As redes sociais têm influenciado diretamente no crescimento do número de cirurgias plásticas e procedimentos estéticos no Brasil, sobretudo em jovens e adolescentes - faixa etária mais presente no meio virtual.

Divulgação de procedimentos estéticos por influenciadores digitais.

Boa parte dos influenciadores realizam os procedimentos em permuta, ou seja, não pagam pelas cirurgias em troca da divulgação da clínica de estética e do médico aos seus milhões de seguidores. Por se tratar de uma parceria ou propaganda, muitas vezes, eles não abordam sobre os riscos dos procedimentos, as dores do pós-operatório, as complicações de cicatrização, os gastos envolvidos, e outros aspectos negativos do processo.
Os padrões de beleza são modelos de aparência considerados "ideais" em determinado contexto histórico e social. Eles são impostos e reforçados socialmente por meio das mídias e redes sociais, criando uma pressão estética em todos que não correspondem ao “corpo ideal”.
“O mundo globalizado vem criando um ideal de um padrão unificado, mas as variadas regionais continuam existindo. As mudanças no padrão de beleza ocorrem por diversas influências, desde hábitos de classes dominantes economicamente, influência de elementos da mídia e notoriedade de personalidades e figuras públicas”, explica Leandro Vieira, professor de filosofia e sociologia e Coordenador Pedagógico do ProEnem.

História 

Na Antiguidade clássica, eram valorizados a harmonia e simetria dos rostos e corpos. O padrão de beleza masculino era ter músculos definidos. Já o padrão feminino era ser mais volumosa e ter a pele bem clara.


Na época Renascentista, as mulheres mais gordas eram consideradas as mais bonitas e as mais ricas. Esse padrão estético pode ser observado nas pinturas renascentistas, como no quadro Vênus e o Tocador de Alaúde, do pintor italiano Ticiano.

A magreza passa a fazer parte dos padrões estéticos do mundo ocidental no século XVI e se consolida no século XX. O padrão magro com traços europeus se mantém até hoje e ganhou novas características: corpos musculosos e ditos saudáveis.

Padrões excludentes
Os padrões de beleza impõem a chamada corponormatividade, no qual somente corpos dentro do padrão considerado “normal” ou "ideal" são vistos como bonitos e saudáveis. Já as pessoas fora do padrão são classificadas como desleixadas, não saudáveis e sujas. 
Portanto, esse padrão é excludente, racista, gordofóbico, transfóbico e capacitista, pois inferioriza as pessoas negras, gordas, transexuais, com deficiência e tantas outras. As pessoas que não se encaixam no padrão acabam sendo desumanizadas e tendo seus direitos fundamentais negados.
Na tentativa de se encaixar num padrão de beleza "ideal", milhões de pessoas, principalmente mulheres, recorrem a intervenções estéticas caras e perigosas. Muitos desses procedimentos podem gerar complicações e até mesmo levar à morte, principalmente quando são feitos por profissionais não especializados ou com materiais proibidos para o corpo humano.

Livros

DITADURA DA BELEZA (Auusto Cury)
Este livro pretende retratar o cotidiano de mulheres que sofrem caladas as consequências da ditadura da beleza. O autor tenta se opor a essa forma de opressão que pode levar mulheres, adolescentes e até mesmo crianças à frustração. Segundo o autor, influenciadas pela mídia e preocupadas em corresponder aos inatingíveis padrões de beleza que são apresentados, milhares de mulheres mutilam sua autoestima - e, muitas vezes, seus corpos - em busca da aceitação social e do desejo de se tornarem iguais às modelos nas passarelas, na TV e nas capas de revistas.

FEIOS (Scott Westerfeld )
Séculos depois da destruição da civilização industrial em um apocalipse ecológico, a humanidade vive em cidades-bolha cercadas pela natureza selvagem. Lá, Tally é feia. Não, isso não significa que ela é alguma aberração da natureza. Ela simplesmente ainda não completou 16 anos. Em Vila Feia, os adolescentes ficam presos em alojamentos até o aniversário de 16 anos, quando recebem um grande presente do governo: uma operação plástica como nunca vista antes na história da humanidade. Suas feições são corrigidas à perfeição, a pele é trocada por outra, sem imperfeições ou – nem pense nisso – espinhas, seus ossos são substituídos por uma liga artificial, mais leve e resistente, os olhos se tornam grandes e os lábios, cheios e volumosos. Em suma, aos 16 anos todos ficam perfeitos. Mas, por trás de tanta perfeição, se esconde um terrível segredo que irá mudar o mundo para sempre.

EXTRAORDINÁRIO (R. J. Palacio) 
August Pullman, o Auggie, nasceu com uma síndrome genética cuja sequela é uma severa deformidade facial, que lhe impôs diversas cirurgias e complicações médicas. Por isso, ele nunca havia frequentado uma escola de verdade - até agora. Todo mundo sabe que é difícil ser um aluno novo, mais ainda quando se tem um rosto tão diferente. Prestes a começar o quinto ano em um colégio particular de Nova York, Auggie tem uma missão nada fácil pela frente - convencer os colegas de que, apesar da aparência incomum, ele é um menino igual a todos os outros.

A BELEZA ESTÁ NOS OLHOS DE QUEM VÊ
Em 'A beleza está nos olhos de quem vê', a psicóloga Camila Cury busca ensinar os leitores a redefinir sua autoimagem e resgatar sua autoestima, ajudando-os a compreender que seu valor como pessoa está no interior - e não do lado de fora. Por meio de histórias de pessoas que conseguiram recuperar as rédeas de suas vidas depois de perceberem o mal que sua autoimagem negativa estava causando, este livro pretende inspirar os leitores a reencontrar a alegria de se olhar no espelho.


Referências:
Este material é a junção de informações colhidas em pesquisas realizadas no Google com o intuito de compilar informações para ajudar meus alunos na hora da escrita. 

https://querobolsa.com.br/revista/atualidades-enem-banalizacao-das-cirurgias-plasticas
https://www.guiadasemana.com.br/literatura/noticia/6-livros-que-contestam-a-ditadura-da-beleza

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