Redação Modelo : A banalização das cirurgias plásticas na sociedade contemporânea
A banalização das cirurgias plásticas na sociedade contemporânea
Desde a Antiguidade já era exaltada a simetria e a harmonia de rostos e de corpos. Na sociedade contemporânea não é diferente. Contudo, há um agravante: a superexposição nas redes sociais que fazem com que seus usuários passem a comparar suas feições com os demais e tentar atingir um padrão de beleza, muitas vezes, inalcançável. Nesse contexto, surgem as cirurgias plásticas como um meio de atingir o objetivo do corpo ideal. Tal fator deve-se tanto pelo sentimento de aceitação, quanto pelas personalidades formadoras de opiniões na internet.
Em verdade, o sentimento de pertencimento ao grupo muito influencia na tomada de decisões , sobretudo, dos mais jovens. Isso ocorre, uma vez que as mídias ditam normas de beleza e vestimenta, por exemplo, excluindo aqueles que não compartilham da mesma realidade. Nesse sentido, os procedimentos cirúrgicos de caráter estéticos são uma forma de adentrar nos padrões ideais exigidos pela sociedade. Contudo, sabe-se que os riscos são inúmeros. Prova disso ,é o caso da modelo Liliane Amorim que faleceu após complicações em cirurgia estética. Logo, nota-se o uso , muitas vezes, leviano da medicina.
Outrossim, um fator impulsionador é a presença de figuras públicas que atuam como formadoras de opiniões. Nesse viés, surge um impasse no momento que muitas dessas personalidades realizam permutas com cirurgiões e clínicas estéticas. Dessa forma, mesmo que o procedimento ofereça riscos e desconfortos, estes influenciadores mostram somente os lados positivos, já que não estão arcando financeiramente com os custos e o intuito é atrair público para instituição ou profissional realizador do procedimento. Como consequência, quem vê apenas os benefícios sentem-se atraídos e cresce assustadoramente a procura por esses procedimentos. A exemplo disso, o Brasil se tornou em 2018 o país que mais realiza cirurgias plásticas no mundo,segundo a Instituição Internacional de Cirurgia e Estética. Assim, faz-se imperioso a intervenção do Ministério da Saúde quanto a esse tipo de propaganda ludibriosa.
Diante do exposto, fica evidente, portanto, a necessidade da discussão acerca da banalização de cirurgias estéticas no país. Para intervir na problemática, cabe ao governo, como entidade superior, em parceria com a mídia ( formadora de opinião), promover a ficção engajada vide novelas, séries e filmes focados no público jovem, que abordem o tema de forma crítica mostrando as intempéries que norteiam esses procedimentos, com o fito de instruir os jovens a respeitar as diferenças vendo-as como uma qualidade. Concomitante a isso, cabe ao Ministério da Saúde, vetar permutas entre influenciadores digitais e cirurgiões como o objetivo publicitário, por meio de projeto de lei que regularize a situação, com o objetivo de evitar propaganda indiscriminada de procedimentos estéticos.
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